Dos marinheiros à vida urbana: a cultura da tatuagem tradicional
Iniciado na década de 1920, o estilo de tatuagem Tradicional — ou Old School, como é chamado no mercado de tattoo — nasceu nos Estados Unidos com marinheiros da época, que utilizavam a tatuagem como um símbolo de bravura, de forma que os desenhos marcados em seus corpos representassem suas histórias e viagens.
O estilo foi popularizado por um destes marinheiros, que é considerado o pai da tatuagem Tradicional. Seu nome era Norman Collins, mas que acabou ficando conhecido no meio como “Sailor Jerry”. Norman foi o primeiro a abrir um estúdio profissional de tatuagem, em 1920, no Hawaii.
Sailor Jerry foi o responsável por definir as principais características do estilo Old School, que são seguidas por tatuadores até hoje. Com mais recursos disponíveis atualmente do que no contexto de Norman, os tatuadores do Tradicional evoluíram o estilo incrementando novas técnicas, cores e desenhos.
#tatuagem #oldschool #artenapele
Os desenhos clássicos, conhecidos como Flashes, eram inspirados em símbolos tradicionais americanos, como as águias, e fenômenos típicos do ambiente marítimo, como sereias, âncoras, entre outros.
Uma das principais características que marca o estilo Old School é o traço grosso e bem definido na cor preta.
Por conta da escassez de cores na época em que o estilo surgiu, as tatuagens eram feitas, sobretudo, com cores primárias: vermelho, azul e amarelo. Com o passar do tempo, algumas variações foram sendo incluídas no estilo.
Apesar de ser um estilo tradicionalmente ocidental, o Old School possui muitas influências da cultura oriental. Sailor Jerry foi um dos principais responsáveis por introduzir características do Oriente nos flashes americanos.
O século XXI alavancou a tatuagem tradicional novamente com o surgimento das redes sociais. O Instagram foi um dos canais que trouxe o estilo até Guilherme.
Assim como os marinheiros utilizavam a tatuagem Tradicional como uma manifestação de atitude, o estilo segue sendo hoje um símbolo da contra-cultura.
“O Old School tem muita coisa a ver com o Rock N’ Roll e com o Punk, e isso me chama muito a atenção”, declara Guilherme.
Ensaio produzido para a disciplina de Fotojornalismo II do curso de Jornalismo da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação (Fabico), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).